Rua Presidente Coutinho n ° 579, sala 603 - Centro, Florianópolis-SC
Rua Presidente Coutinho n ° 579, sala 603 - Centro, Florianópolis-SC

SÍNDROME DO IMPACTO

1- Toda dor de ombro é “bursite” ?

Não. Bursite é uma manifestação presente em diferentes doenças do ombro, como a Síndrome do Impacto, Rotura do Manguito Rotador, Tendinite Calcária, SLAP Lesion, Tendinite do Bíceps, Artrose Acromioclavicular, Capsulite Adesiva, etc.

2- O que é a Síndrome do Impacto?

A Síndrome do Impacto é o que antigamente chamava-se de “reumatismo” ou “bursite” do ombro.
Síndrome do impacto é o nome dado à doença causada pelo atrito que ocorre nos tendões que movimentam o ombro. Este atrito ocorre entre dois ossos: o úmero (braço) e o acrômio (ponta do ombro).

                                      

3- Quais situações do cotidiano causam o Impacto?

O impacto acontece principalmente ao deitar ou ao trabalhar com o braço elevado e/ou abduzido (aberto lateralmente). Isto ocorre porque nessas situações diminui o espaço entre o úmero e o acrômio.

4- Quais os fatores causadores da Síndrome do Impacto?

1) Ósseo:

1a) A forma e a espessura do acrômio - O normal é ser fino e reto (tipo I). Quando ele é curvo (tipo II), ganchoso (tipo III) ou espesso, há uma diminuição do túnel do deslizamento dos tendões.

1b) Degeneração da articulação acromioclavicular - O envelhecimento desta articulação pode causar compressão dos tendões.


 

2) Má qualidade do tendão (tendinose ou tendinopatia) - Alguns pacientes apresentam tendões com qualidade prejudicada (resistência e força ).

3) Envelhecimento - O envelhecimento leva a formação de esporões nos ossos e diminui a força e resistência dos tendões.

4) Microtraumas repetitivos - Movimentos repetitivos, peso excessivo e má ergonomia favorecem o atrito.

5- O que é o Manguito Rotador?

Manguito Rotador é o nome dado ao conjunto dos quatro principais tendões do ombro (supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor).

6- Quais as fases da Síndrome do Impacto?

1) Bursite e/ou tendinite - Ocorre o atrito, mas não há rompimento do tendão.

          

2) Rotura parcial do manguito rotador - O atrito é mais intenso ou crônico, chegando a romper parcialmente o tendão.

3) Rotura completa do manguito rotador - Ocorre rompimento do tendão em toda a sua espessura. Há uma grande tendência da lesão aumentar com o tempo, levando à piora da dor, perda gradativa da força e dificuldades para as atividades diárias. Não há cicatrização com tratamento clínico.



4) Artropatia do manguito rotador - É uma evolução tardia da rotura completa que não foi tratada. Há um grande rompimento dos tendões, levando ao desgaste e envelhecimento da articulação (artrose), com severa limitação funcional e de difícil tratamento.

7- Quais são os sintomas da Síndrome do Impacto ou Rotura do Manguito Rotador?

A dor é o principal sintoma, geralmente piora à noite e ao trabalhar com o braço elevado. Fraqueza, barulho (crepitação) e dificuldade para os afazeres domésticos são outros sintomas.

8- Como se faz o diagnóstico?

A melhor maneira de diagnosticar é através da conversa e exame físico. Para complementar o diagnóstico, associa-se raio X, ultra-som ou artro-ressonância magnética.

9- Qual o tratamento?

Quando não há rotura completa, o tratamento clínico é eficaz em 85% dos casos, sendo realizado através de medicação, fisioterapia, acupuntura, correção de vícios posturais e reforço muscular contínuo. Quando não ocorre melhora completa dos sintomas ou estes são recorrentes, indica-se a videoartroscopia (cirurgia com uso de microcâmeras).

Quando há rotura completa, o tratamento é cirúrgico através da videoartroscopia. Evita-se a cirurgia em pacientes idosos, com doenças descontroladas e que apresentem pouco uso do braço no dia-a-dia.

10- Qual o resultado esperado após a videoartroscopia?

A melhora é bem significativa (80 a 99%) na maioria dos casos. Há poucos pacientes que não apresentam boa evolução. Geralmente estes casos estão relacionados a existência de problemas na situação profissional (interesse em perícias, seguros e aposentadorias), depressão descontrolada, falta de cuidados no pós-operatório (consultas, repouso e fisioterapia), fibromialgia (dores crônicas generalizadas) e histórico de outras cirurgias sem sucesso.